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foto divulgação |
O
ex-prefeito de Coari Adail Pinheiro foi condenado a 57 anos e 5 meses de
prisão, por comandar um esquema milionário de fraudes em licitações e desvios
de recursos públicos da Prefeitura do município, situado a 363 km de Manaus. O
esquema criminoso foi desarticulado em 2008, a partir da “Operação Vorax”.
A
decisão é do juiz titular da 2º Vara Federal, Marllon Sousa, assinada no dia 4
de dezembro.
A
Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) informou que Adail – que
estava em monitoramento por tornozeleira eletrônica – foi levado, nesta
quinta-feira (6), para o Centro de Triagem do Centro de Detenção Provisória
Masculino (CDPM), em Manaus. Do local, ele deve ser encaminhado para algum dos
presídios da capital.
Adail
foi condenado, ainda, a pagar 2.020 dias-multa referente a 1/4 do salário
vigente da época dos fatos.
Na
decisão, o magistrado aponta que Adail se valia da condição de prefeito para
cometer os desvios. “O réu valia-se de refinado esquema de falsificação para
cometimento de outros delitos, sendo o autor intelectual de todas as
falsificações perpetradas pelo grupo criminoso”, afirma o juiz.
No
documento, o juiz destaca, ainda, que os dossiês de licitação eram
confeccionados na sede da prefeitura, com recursos materiais e humanos além do
período de expediente e também em finais de semana.
“Os
documentos forjados redundaram na confecção de um número elevado de licitações
fraudulentas, causando enormes prejuízos aos cofres públicos e à população
local”, acrescenta.
Adail
Pinheiro foi condenado dentro da “Operação Vorax”.
O
magistrado enumera ainda várias consequências para a população de Coari com os
atos criminosos, como redução da qualidade de vida e baixo IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano). O juiz também cita os vários protestos feitos pelos
coarienses contra a administração de Adail.
Condenação
de 20 envolvidos em 2015
Uma
ação penal movida pelo MPF resultou na condenação de 20 envolvidos em 2015,
entre eles Carlos Eduardo do Amaral Pinheiro, irmão de Adail, assim como
ex-secretários da prefeitura de Coari, funcionários públicos, empresários,
representantes empresariais e contadores.
À
época, Adail Pinheiro não fez parte da lista de réus do processo por ter
voltado ao cargo de prefeito do município em 2012, o que o fez gozar de foro
privilegiado por prerrogativa de função.
Desde
então, o processo referente à participação do então prefeito no esquema de
corrupção foi desmembrado. Com a cassação do mandato de Adail, em dezembro de
2014, o processo voltou para a Justiça Federal no Amazonas.
Pedofilia
Adail
Pinheiro já foi condenado por exploração sexual de crianças e adolescentes em
Coari, onde foi eleito prefeito três vezes. Vários casos vieram à tona em uma
reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, em 2013. Após a divulgação
das denúncias, ele foi preso.
Fonte:
G1