Na única entrevista concedida desde que a construtora Delta surgiu
como uma das protagonistas da CPI do Cachoeira, o empresário Fernando
Cavendish profetizou: “Vou quebrar. Agora virei leproso, né?”.
Não deu outra. Depois de a construtora deixar as obras do estádio do
Maracanã, no Rio de Janeiro, outros de seus contratos não devem
prosseguir. Pelo menos é o que indica o movimento de vários governos e
prefeituras pelo país, que iniciaram auditorias para avaliar cada
detalhe de seus acordos com a Delta.
Neste domingo, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, anunciou a
determinação que fez, ao primeiro escalão do governo, para a realização
de um “acompanhamento rigoroso” dos contratos da Delta com a prefeitura
da capital paulista. “A prefeitura está muito atenta e toda atenção será
dispensada (aos contratos com a Delta). Sabemos a dimensão que ganhou
essa questão e temos toda preocupação em esclarecer isso para as
pessoas”, disse Kassab, antes do início da prova de Fórmula Indy
realizada em São Paulo. E não foi o único a anunciar medidas como essa.
O jornal O Globo revelou que um contrato de R$ 1,1 bilhão assinado em
novembro do ano passado entre a prefeitura de São Paulo e consórcio
liderado pela Delta para varrição de lixo se tornou alvo de investigação
do Ministério Público. Os promotores apuram as suspeitas de
apresentação de documentos falsos pelo consórcio.
O governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), por exemplo, determinou,
na última sexta-feira, abertura de comissão especial para fiscalizar
quatro contratos com a construtora Delta para locação de veículos para a
Polícia Militar do Estado (ele somam R$ 143,8 milhões). Em nota, Aziz
disse que a comissão acompanhará o cumprimento das etapas do contrato
com a Delta. “Qualquer coisa que esteja errada eu desfaço o contrato”,
garante. Dos quatro contratos, vigentes até 2014, dois deles, no valor
de R$ 24,2 milhões, foram realizados sem licitação. São 252 veículos
alugados pelo governo – 60 deles estão nas ruas desde o ano passado. O
custo unitário do aluguel varia entre R$ 8.500 e R$ 14,4 mil.
Outro que quer saber mais detalhes sobre os contratos de seu governo
com a Delta é o governador do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB). A
pedido dele, a Auditoria Geral do Estado de Mato Grosso (AGE-MT) abriu
procedimento para analisar minuciosamente o contrato firmado entre a
Secretaria de Segurança Pública (Sesp) e a construtora. “Eu não quero
ter dúvida em nenhum procedimento no Estado”, justificou o governador.
Quem quer?
Fonte:http://www.brasil247.com
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