Áreas alagadas aumentam o risco das doenças de veiculação hídrica.
Melhor prevenção é evitar o contato com a água, diz secretário da Susam.
No bairro da Glória, uma criança foi flagrada brincado na água dentro de uma geladeira, se expondo a várias doenças (Foto: Márcio James/Semcom) |
Nove bairros estão alagados em Manaus devido ao nível do rio Negro, colocando a saúde de pelo menos oito mil famílias em risco, de acordo com a Defesa Civil. A cheia de 2012 já é a terceira maior registrada na história do Amazonas, chegando nesta quinta-feira (10) ao mesmo nível do ano de 1976, com 29, 61 metros, a apenas 16 centímetros da cheia histórica de 2009.
Os bairros São Jorge, são Raimundo, Aparecida, Presidente Vargas,
Glória, São Geraldo, Educandos, Raiz e Betânia já sofrem com alagações. A
reportagem do G1 conversou com o Secretário de Estado de Saúde do Amazonas,
Wilson Alecrim, a respeito das prevenções que os moradores desses
locais devem tomar e sobre os riscos que correm. Ele frisa que é preciso
ter muito cuidado, porque as áreas alagadas aumentam o risco de surtos
das doenças de veiculação hídrica, como a Leptospirose, a Hepatite ‘A’ e
a Febre Tifóide.
“A principal prevenção é evitar o contato com água da área alagada,
lavar bem e constantemente as mãos, e se for ingerir usar duas gotas de
hipoclorito de sódio para cada litro, deixando atuar por meia hora antes
do uso. Ele elimina as bactérias e está sendo distribuído,
gratuitamente, em Manaus pela Secretaria de Saúde
Municipal (Semsa)”, disse o secretário, ressaltando ainda que 6.000
frascos do produto já foram distribuídos na capital e no interior.
Outra recomendação feita per ele é a de tomar cuidado com as crianças.
“Elas gostam muito de brincar na água. Isso é muito perigoso, além do
risco de doenças de pele, elas ainda podem se afogar. O aleitamento
materno é importante no caso das crianças menores, porque deixa os bebês
mais protegidos”, alertou.
Na capital, 1,8 mil servidores da Semsa estão prestanto atendimento
médico e reforçando as atividades de orientação para estas 8 mil
famílias, ressaltando medidas de higiene pessoal e alimentar, o
tratamento de água para consumo próprio, a destinação adequada para o
lixo doméstico, entre outros cuidados.
Surtos menores
A Defesa Civil do Estado já contabilizou 70 mil famílias atingidas pela
cheia e 45 municípios, dos 62 do Amazonas, declararam estado de
emergência. Mesmo com os números alarmantes, os casos de doenças
decorrentes da cheia na capital são menores que os do ano passado,
quando o nível do rio estava menor.
Em Manaus, entre janeiro e abril deste ano, segundo dados do
Departamento de Vigilância Epidemiológica e Ambiental (DVEAM) da Semsa,
foram registrados 15 casos de Leptospirose. No mesmo período do ano
passado, foram 29 casos. Em relação à Hepatite A, os registros do
primeiro quadrimestre deste ano apontam 90 casos da doença, contra 126
notificados de janeiro a abril de 2011. Este ano, ainda não há registros
da Febre Tifóide, na capital. No ano passado, foram 4 casos da doença.Mônica Dias
Fonte:G1/AM
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