Ana Amália defendeu tese sobre trabalho com crianças com paralisia. Ela
ficou sem movimentos após ter um AVC há 10 anos.
Uma mulher que praticamente só
mexe os olhos e a boca tornou-se nesta quarta-feira (9) doutora pela
Universidade de São Paulo(USP). Ela produziu sua tese de doutorado em arte e
educação utilizando apenas os olhos e pequenos movimentos do queixo – únicas
formas pelas quais ela consegue se expressar.
Ana Amália perdeu os movimentos
há 10 anos. Ela se preparava para defender seu mestrado quando teve um AVC e perdeu
quase todos os movimentos do corpo, ficou muda e impossibilitada de mastigar e
engolir. Desde então, se comunica com o mundo por meio de um programa de
computador.
Para uma banca examinadora
emocionada, Ana apresentou seu trabalho de três anos com crianças com paralisia
cerebral. Ela levou um ano para escrever as 185 páginas da tese.
“Para mim significa ela ter
deixado de ser vítima para conduzir a própria vida. Isso é importantíssimo para
os deficientes, não se conformarem em ser vítimas, não ter pena, mas
potencializarem o que restou”, disse Ana Barbosa, mãe de Ana Amália.
A própria doutoranda brincou com
a dificuldade em responder às perguntas da banca, e após três horas, teve sua
tese aprovada.
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