Tensão máxima; "Quem quiser saber minha decisão, que acorde cedo", disse o ministro Joaquim Barbosa, na tarde desta quinta-feira 20; ele se recusou a revelar a que horas dirá, na sexta 21/12/2012, se atende ou não a petição de prisão imediata para os condenados na Ação Penal 470, feita pelo procurador geral Roberto Gurgel; o dia do fim do mundo para os maias será o dia do fim da linha para Valério, Dirceu, Genoíno, Delúbio, João Paulo, Jefferson, Kátia e os outros?; auuuuuuuuuuuuuu...
Marco Damiani e Juliana Sacerdote _Brasília 247 – Tensão máxima.
Foi nessa situação que o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim
Barbosa, enfiou, de uma só vez, com poucas palavras, os condenados na
Ação Penal 470. Ele afirmou que sua decisão sobre a petição do
procurador geral da República, Roberto Gurgel, pela prisão imediata de
22 dos 25 condenados pelo Supremo será anunciada nesta sexta-feira 21,
mas não disse a hora e muito menos qual será. "Quem quiser saber
primeiro, que acorde cedo", afirmou.
Na verdade, tem muita gente que nem vai dormir direito, se tanto.
O
anúncio de Barbosa poderá selar o destino de condenados como o
publicitário Marcos Valério (40 anos, um mês e seis dias), os
ex-presidentes do PT José Dirceu (dez anos e dez meses) e José Genoíno
(seis anos e 11 meses), o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (nove
anos e quatro meses), o presidente do PTB, Roberto Jefferson (sete anos
e 14 dias), o deputado Waldemar da Costa Neto (sete anos e 10 meses), a
ex-banqueira Kátia Rabelo (16 anos e oito meses) e o deputado Waldemar
da Costa Neto (sete anos e dez meses). E justamente no dia em que, de
acordo com o calendário da civilização maia, acaba o mundo. Cercado de
mistério, o 21/12/2012 terá uma madrugada especialmente dramática para
eles.
O veredito de Barbosa, a ser dado após o plenário do Supremo ter sido
ultrapassado por uma manobra criticada de Gurgel, poderá representar o
fim da linha para aquela gente graúda. Uma vez presos agora, antes do
Natal, ou na próxima semana, à entrada no ano novo, os condenados
passarão pelo menos todo o mês de janeiro em cadeias já, de certa forma,
designadas. Apenas a partir de fevereiro, quando a Justiça retornará do
recesso, será possível a eles terem recursos e outros instrumentos
jurídicos apreciados.
A tentação de Joaquim para mandar prender já parece ser grande.
Durante todo o julgamento, ele tomou decisões alinhadas com a peça
acusatória montada por Gurgel. No último dia, quando o plenário poderia,
a partir de uma indagação do decano Celso de Mello, definir pela
apreciação de futuros recursos ou determinar a prisão imediata dos
condenados – e a maioria se inclinava para o cumprimento de todo o
ritual, sem açodamentos --, outra vez Barbosa mostrou-se como aliado de
Gurgel. A questão foi vencida e, agora, a decisão é só única e
exclusivamente dele, o primeiro a poder atuar durante o recesso
O ex-presidente da Câmara João Paulo chegou a declarar que pensou até
em suicídio diante da possibilidade de ir preso. O advogado do
ex-ministro Dirceu, José Luís Oliveira Lima, disse que a prisão imediata
de seu cliente seria "inconstitucional" e que a medida não pode ser
definida no recesso, porque faltará "o indispensável requisito de
urgência". .
De toda maneira, pelo menos os dois medos vão ser esclarecidos no
mesmo 21/12/2012. Os tempos irão acabar ou não e as prisões serão ou não
executadas já. Para os réus do Mensalão, esta sexta-feira pode
representar o fim de uma vida de "privilégios", como definiu Barbosa, da
vida política e o início de uma nova realidade, dessa vez, atrás das
grades. Durma-se com uma tensão dessas.
Fonte: www.brasil247.com
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