Nas conversas, mantidas entre abril e junho de 2009, o senador coloca
seu mandato totalmente a serviço do contraventor, revelando dependência
financeira – pede a Cachoeira o pagamento de uma conta de R$ 3 mil numa
empresa de táxi aéreo -, prontificando-se a pedir pressa ao
desembargador Alan Sebastião de Sena Conceição, do Tribunal de Justiça
de Goiás, no julgamento de um processo de policiais acusados de
torturas, e também dando conselhos sobre aspectos da redação da lei
7.228, que regula o jogo. As conversas fazem jus ao apelido de Senador
Cachoeira, pregado hoje em Demóstenes.
- Fala, Professor. Acabei de chegar lá do desembargador. O homem
disse que vai olhar o negócio e tal. Vai julgar rápido. Mandou pegar o
papel, já pegou o... negócio lá. Diz que vai fazer o mais rápido
possível - avisou Demóstenes a Cachoeira em seis de abril de 2009, sobre
sua ida, a pedido, ao gabinete do desembargador do Tribunal de Justiça
de Goiás, Alan Conceição.
- Anota uma lei aí. Você podia dar uma olhada. Ela tá na Câmara.
7.228 2002. PL, pede Cachoeira ao seu senador Demóstenes, em 22 de abril
de 2009, referindo-se ao projeto sobre a regulamentação do jogo no
Brasil.
- Vou levantar agora e depois te ligo aí, aquiesce o senador. Mais
tarde, avança no atendimento: “Vou mandar o texto procê. O que tá
aprovado lá é o seguinte: “transforma em crime qualquer jogo que não
tenha autorização”. Então inclusive te pega, né? Então vou mandar o
texto pra você. Se você quiser votar, tudo bem, eu vou atrás. Agora a
única coisa que tem é criminalização, transforma de contravenção em
crime, não regulariza nada - avisa Demóstenes.
Pedidos formais de cassação do mandato de Demóstenes Torres já são esperados para esta sexta-feira 30.
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