O presidente da Venezuela, Hugo Chávez,
anunciou que regressará à Cuba neste domingo para realizar uma nova
cirurgia para combater a reaparição do câncer e indicou seu
vice-presidente, Nicolás Maduro, como sucessor do chavismo caso algo lhe
aconteça e tenha que afastar-se do comando do país.
Essa é a primeira vez que Chávez admite que a gravidade de seu estado de saúde pode afastá-lo da Presidência.
Reeleito em outubro, o líder venezuelano
desenhou um panorama pouco otimista, no qual incluiu a possibilidade de
que ele não possar terminar o atual mandato e, inclusive, não assuma o
novo mandato que começa em 10 de janeiro.
“Se, como diz a Constituição, ocorrer
algo que me inabilite para continuar no comando da Presidência, seja
para terminar os poucos dias restantes e, especialmente, para levar o
novo período, (…) Nicolás Maduro deve concluir o período
(presidencial)”, disse Chávez, em cadeia nacional na noite do sábado.
Líder da “revolução bolivariana”, visto
como o único que garante a unidade dos diferentes grupos que apoiam o
governo, Chávez pediu à população eleger a Nicolás Maduro como novo
presidente caso ele não assuma o novo mandato e novas eleições tenham de
ser convocadas.
“Minha opinião firme, plena como a lua
cheia, irrevogável absoluta, total, é que nesse cenário que obrigaria a
convocação de eleições presidenciais vocês o elejam como presidente”,
disse Chávez, acompanhado pelo núcleo central de seu gabinete e pelo
presidente do Parlamento.
Ao ouvir a indicação de Chávez, o semblante de Maduro foi de susto e ao mesmo tempo de consternação.
Emergência e piora
A reaparição do câncer, com o qual
Chávez batalha há mais de um ano, foi diagnosticada nesta semana durante
novos exames realizados em Havana.
De acordo com Chávez, a equipe médica
disse que ele deveria ser operado de emergência ainda neste final de
semana. Porém, ele insistiu em retornar à Venezuela para comunicar à
população sobre seu estado de saúde.(Estadão)
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