Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, assassino do cartunista Glauco: esquizofrênia paranoide (Agência Estado)
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, que matou
o cartunista Glauco Villas Boas e o filho dele Raoni em março de 2010,
ganhará a liberdade no próximo dia 13 de março. É quando termina a
medida de segurança de três anos, o máximo previsto pelo Código Penal a
portadores de doenças mentais que praticam crimes. “Ele já faz planos
para começar uma vida nova”, diz o empresário Carlos Grechi Nunes, de 46
anos, pai de Cadu.
“Ele quer sair da clínica totalmente
curado. O acompanhamento psiquiátrico é que vai definir se a
periculosidade dele cessou”, enfatizou o pai. “Mesmo assim, nós sabemos
que o Eduardo está bem”, anima-se. Durante conversa informal com o
Estado, Carlos Nunes comenta que os próximos 75 dias serão de ansiedade
para família.
O crime ocorreu no dia 12 de março de
2010 em Osasco, na Grande São Paulo (SP). Na época, sob efeito de
maconha, haxixe e uma mistura de ervas do chamado Santo Daime, ele
invadiu a Igreja Céu de Maria, matou o cartunista e o filho dele. De
acordo com o Laudo Psiquiátrico e Psicológico de Sanidade Mental, os
assassinatos ocorreram em um momento de surto, uma vez que foi
diagnosticado que o rapaz é portador de esquizofrenia paranoide – o que o
torna incapaz de perceber a gravidade dos seus atos. O surto seguiu,
após o duplo homicídio, quando Carlos Eduardo tentou fugir para o
Paraguai, armado e dirigindo um carro roubado, e foi preso na fronteira
dos dois países.
Após quase três anos, um amigo da família, em Goiânia, garante que o
passado recente ainda é, efetivamente, um drama e um pesadelo na vida do
rapaz. “Tem dia que ele se abate, sente remorso pelas mortes; afinal
eram amigos dele, pessoas de quem gostava e com as quais mantinha
convivência”, comentou. Isso, aliado à busca da cura, teria barrado os
planos de passar o Natal e ano-novo longe do hospital.(Veja)
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