terça-feira, 15 de outubro de 2024

BR-319: Trava ideológica causa atraso e impõe sofrimento a população da região Amazônica

 

Fila de carretas foi formada por conta da travessia de balsas que substituem pontes que caíram há dois anos (Foto: Reprodução)

MANAUS – A Rodovia BR 319 que liga Manaus ao restante do Brasil e que interliga 22 municípios da região do interflúvio dos Rios Madeira e Purus inaugurada 27 de março de 1976 com asfalto e infra estrutura em nome do milagre econômico brasileiro, encontra-se sucateada em decorrência do abandono governamental e dos atos de predação de eco terroristas e balseiro segundo a lenda urbana que circula ao logo da Rodovia. 

BR-319 Pavimentada na década de 70 (foto reprodução)

No meio do caos assistimos há algum tempo um movimento descoordenado em defesa da pavimentação da rodovia federal BR-319, e que não tem gerado qualquer resultado prático como se observa hoje. Esse movimento se concentra na elucidação e no combate aos discursos raivosos da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva e de ambientalistas engajados, que em nome da proteção da Amazônia e financiados por ONGs e Países desenvolvidos empreendem verdadeira cruzada contra a restauração da pavimentação que existia na rodovia. Da mesma forma a polarização entre esquerda e direita não ajuda a canalizar forças para resolver o que precisa ser resolvido, porque o objetivo é apenas faturar politicamente em cima do problema.

Cada um aproveita os microfones que lhes são disponibilizados, seja nos parlamentos, seja nos meios de comunicação, ou programam ações repetidamente realizadas ao longo dos anos, como as “caravanas do atoleiro” em tempos de chuva, enquanto os problemas se perpetuam.

Há dois anos, duas pontes sobre estreitos rios desabaram, já próximo a Manaus, colapsando o tráfego na BR-319. O que parecia um problema simples de se resolver, se arrasta até hoje, causando transtornos e prejuízos imensuráveis que atinge não apenas os que trafegam pela rodovia, mas todo o Estado do Amazonas.

Duas pontes com alguns metros de extensão poderiam ser reerguidas em alguns dias, mas falta vontade política de quem tem a responsabilidade de resolver o problema, assim como falta cobrança de quem tem a responsabilidade de cobrar. Não é a ministra Marina Silva a responsável pela recuperação das pontes e pela falta desse serviço, porque as obras não dependem de licença ambiental, mas ela é a voz visível e a paladina da defesa do abandono da rodovia em nome da preservação da Amazônia, enquanto o governo federal se esconde sob o manto da ideologia esquerda e direita.

Aliás, as pontes ao longo de toda a extensão da BR-319 (são 885 quilômetros de Manaus a Porto Velho, capital de Rondônia) precisam ser refeitas. Deveria ser o primeiro trabalho realizado pela União, antes de pensar na pavimentação. As pontes de madeira que deixam os viajantes sobressaltados não são seguras. Portanto, a primeira tarefa deveria ser a substituição de todas as pontes de madeira por estruturas de concreto.

Esses problemas não vão se resolver no grito, no brado de um ou de outro político que quer produzir conteúdo para “lacração” nas redes sociais. Os corpos político e empresarial do Amazonas deveriam se unir aos copos político e empresarial de Roraima e Rondônia, numa grande caravana a Brasília, exigir audiência com o presidente da República e com os ministros responsáveis pela recuperação de rodovias federal e tentar traçar um cronograma de trabalho, o que não fazem pois interesses políticos, econômicos os impedem de erguer a bandeira da defesa do direito de ir e vir e do direito a condição digna de sobrevivência dessas populações tão afetadas pelo isolamento.

A continuar nesse estado de coisas, nada será conquistado em favor da população do Amazonas Rondônia e de Roraima, estes os mais afetados pelo isolamento do resto do Brasil, enquanto isso os empresários donos de balsas e as ONGs abastecidas pelos Euros de países desenvolvidos continuam sua cruzada travando a repavimentação da rodovia que antes era totalmente asfaltada. 

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