BR-319 Pavimentada na década de 70 |
Marcado como um dos episódios mais danosos ao povo amazonense a explosão da rodovia BR 319 ainda vive na memória dos moradores mais antigos a exemplo de a exemplo de Dona Maria e seu João testemunhas vivas do episódio de 1982.
Um ato de terrorismo ambiental ou interesse econômicos marcaram o inicio da destruição da rodovia hoje conhecida como "rodovia fantasma", outros atos de depredação de pontes e retirada de pavimentos foram testemunhados ao longo dos anos de abandono da Br 319 conforme relatos.
Pessoas motivadas por interesse escusos e egoístas decidiram impedir o tráfego de mercadoria por via terrestre e como uso de dinamite explodiram o que puderam na rodovia. Afirmam o casal de moradores pioneiros proprietários da Pousada Terra Rica.
Em entrevista publicada no portal o povo amazonense, Seu João, 74 anos na época, lamentou: — "Diziam que era pra proteger a floresta. Mas sabíamos que tinha coisa por trás. O que ficou foi abandono. Antes, essa estrada era cheia de vida, caminhões levando sonhos, mercadorias. Hoje, é só silêncio e buracos".
Os relatos de sobreviventes como Dona Maria e Seu João, persistem com relatos de testemunhas que ainda insistem em reviver essa maldade, mesmo assim com toda destruição e isolamento ainda persistem as margens da rodovia.
“Chegamos aqui em 1980, vindos do Paraná. A estrada era nova, um convite para recomeçar a vida. Fizemos nossa casa, plantamos mandioca, criamos nossos filhos. Hoje, a estrada não nos leva a lugar nenhum, mas isso aqui é nossa vida. Ficamos porque somos teimosos”, continuou Dona Maria.
Seu João ainda relembra: — "Vi quando colocaram a dinamite. Diziam que era pelo bem da Amazônia, mas só nos isolaram. Quem pôde, foi embora. Ficamos nós. Porque a terra é teimosa, e nós também somos".
O vídeo, produzido em 2021, encerrou-se com as palavras firmes do presidente da Associação, André Marsílio, traduzindo a indignação de todo um povo: “A BR-319 não é só uma estrada. É a ligação de um povo, a promessa de um futuro. Não podemos permitir que a história dela termine assim.” A reportagem da Associação, disponível no YouTube, é um capítulo triste da história da BR-319: uma estrada perdida, mas viva nas memórias de quem ainda luta por ela. Mais de 40 anos depois, André Marsílio relembra o episódio com a mesma revolta:
“A explosão da BR-319 foi um crime de lesa-pátria, e não podemos ignorar isso. Temos muitas testemunhas oculares desse episódio trágico que condenou o Amazonas ao isolamento.”
Ele conclui, com a força de quem acredita na justiça histórica: “Discutir a repavimentação da BR-319 agora em 2024 sem resgatar esse fato é negligenciar o passado e comprometer o futuro. A estrada é nossa e precisa ser devolvida ao povo brasileiro.”
Moradores da região confirmam terem presenciado a ação de máquinas e tratores destruindo o asfalto da rodovia. Há relatos de que até explosivos, como dinamites, foram usados nessa ação. No entanto, nenhuma investigação foi instaurada na época. Porém é inegável que os balseiros da região faturam milhões por ano com o transporte de veículos e pessoas pelo rio Madeira, e que não seria de interesse deles que a BR apresentasse boas condições de tráfego.
Até hoje mesmo sendo o terrorismo um crime imprescritível, nenhuma autoridade tomou qualquer providência para apurar e punir os responsáveis.
Fonte: https://opovoamazonense.com.br/explosao-da-br-319-em-1982-um-ato-de-terror-esquecido
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