O líder cubano Fidel Castro e o Papa Bento XVI durante encontro nesta quarta-feira (28) em Havana (Foto: Reuters/Osservatore Romano) |
"Soube pelo próprio Papa como se desenvolveu o encontro. Segundo Bento XVI foi uma conversa muito animada, com muitas trocas de argumentos", disse o padre Lombardi aos jornalistas, sobre o encontro de 30 minutos entre os dois líderes, na sede da Nunciatura Apostólica.
"O diálogo foi intenso e cordial", comentou.
"Fidel queria conhecer o pensamento do Papa sobre diversos temas",
disse Lombardi, destacando que o "Comandante", ex-aluno dos jesuítas,
leva "uma existência dedicada à reflexão sobre a cultura e o mundo de
hoje".
"Ele (Castro) perguntou ao Papa, em primeiro lugar, sobre as mudanças
litúrgicas na celebração da missa, ouvindo de Bento XVI as explicações
sobre o sentido dessa renovação", segundo o padre Lombardi.
"Depois, Fidel Castro quis saber sobre o trabalho apostólico de um Papa, sua missão e tarefa.
"Ao final, indagou sobre as dificuldades vividas pela Igreja nos tempos
de hoje". O Santo Padre mencionou a complexidade das religiões em
responder aos "desafios" da modernidade.
"Disse também que as dificuldades enfrentadas pela humanidade são
causadas pela ausência de Deus. E expôs seus temas de reflexão: as
relações entre a fé e a razão, entre a liberdade e a responsabilidade",
acrescentou o porta-voz.
Fidel Castro disse que acompanhou toda a vista pontifical a Cuba pela
televisão. Os dois puseram em destaque suas idades avançadas (Castro tem
85 anos e o Papa, 84) e Bento XVI disse a Castro: "já estou velho, mas
de qualquer forma, ainda posso cumprir com os meus deveres".
O encontro ocorreu perto do fim da visita de três dias do pontífice à ilha comunista. Durante a viagem, Bento XVI pediu mais liberdade e um maior papel para a Igreja Católica na sociedade cubana.
O Vaticano sabia há algum tempo do "grande desejo de Fidel Castro de se encontrar com o Papa", acrescentou o porta-voz.
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