Manaus - Os preços cobrados por medicamentos nas
farmácias de Manaus apresentam elevada diferença, que podem chegar a uma
variação de até 180% de acordo com os estabelecimentos consultados.
Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), a diferença é
possível porque os valores máximos dos remédios, fixados pelo governo
federal, são elevados.
Nas cinco redes de farmácia pesquisadas
pela reportagem, o maior valor encontrado para a dipirona, em gotas, de
20 mililitros (ml), foi de R$ 8, enquanto que o menor preço foi de R$
2,85. A diferença é de 180,7%. O medicamento é normalmente indicado para
eliminar dores e febre.
Utilizada como analgésico, a Neosaldina
apresentou diferença de até 46%. A caixa do medicamento com 20
comprimidos sai por R$ 10,10 em uma farmácia e R$ 14,75 em outra. Já a
caixa contendo 30 pílulas de Dorflex, que possui ação analgésica e de
relaxante muscular, apresentou variação de 42%. Enquanto uma drogaria
vende o medicamento por R$ 7,55, o mesmo produto sai por R$ 10,79 em um
estabelecimento diferente.
Com poder analgésico, antitérmico e
anti-inflamatório, a Aspirina, da Bayer, teve variação de 28%. Em uma
drogaria da cidade, uma caixa com 30 comprimidos é vendida por R$ 8,23. O
preço sobe para R$ 10,56 numa rede diferente. O medicamento estava em
falta em uma das cinco farmácias consultadas pela reportagem.
A
menor variação registrada foi do remédio Redoxon. Um frasco contendo
pastilhas efervescentes, de 1 grama, apresentou diferença de 3,6%. O
menor e maior preços foram de R$ 9,60 e R$ 9,95. Em todas as farmácias
pesquisadas, os valores do suplemento vitamínico apresentaram diferença
inferior a R$ 1.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio
Varejista de Drogas do Estado do Amazonas (Sindidrogas), Armando Reis,
os preços geralmente variam devido ao laboratório. “Tem que ver se esses
medicamentos são de laboratórios diferentes, se forem do mesmo e
apresentarem valor superior ao determinado na tabela que chega de
Brasília, está errado”, disse. O comércio de medicamentos é o único do
País que tem os preços determinados pelo governo federal.
Outro
influenciador na variação dos preços é o desconto, diz Reis. “Não pode
ser a mais do que o determinado, mas pode ser igual ou a menos, por
causa de descontos, do que o determinado”, disse. O dirigente lembrou
que, além da tabela nacional, o comércio em Manaus possui uma
peculiaridade. “Nós temos ainda a lista de remédios que sofrem incentivo
de PIS/Cofins de 13,33%, por isso eles aqui são mais baratos do que no
resto do Brasil”, disse. Em torno de 3 mil medicamentos estão inclusos
nessa lista.
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