Brasília – Na data em que se comemora o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, médicos e pacientes alertam para a necessidade do diagnóstico precoce da doença, considerada “silenciosa” por não apresentar sintomas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a doença alcança de 1% a 2% da população acima dos 40 anos no mundo, o que corresponde a aproximadamente 2,9 milhões de pessoas.
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, comemorado anualmente em 26 de maio, foi instituído pela Lei nº 10.456/2002
para dar mais visibilidade à doença, que, sem diagnóstico, é tratada
somente quando a percepção da perda parcial da visão já foi instalada.
No caso da doença em estágio avançado, há comprometimento do campo
visual e embaçamento constante. A perda da visão é progressiva.
Eduardo Safons, 55 anos, portador de glaucoma há seis anos, diz que
leva vida normal, graças ao diagnóstico precoce. “Descobri meu glaucoma
em exame de rotina. Todos devem fazer exames frequentes, pelo menos uma
vez ao ano, para que, se houver alguma alteração, já se comece o
tratamento”, o portador Eduardo Safons dá a dica.
O dano causado no nervo ótico após a instalação da doença é
irreversível, mas há como impedir a progressão da perda da visão,
explica a oftalmologista especializada em glaucoma, Carla Bastos. A
médica destaca também que a associação entre a doença e pressão alta não
é mais absoluta como costumava ser. De acordo com ela, o diagnóstico
precoce é, de fato, o melhor tratamento.
“A doença aparece dos 35 aos 45 anos e dos 55 aos 65 ou 75 anos. O
fator idade, hoje em dia, é um tanto quanto relativo, não é muito
determinante. Os fatores que mais chamam a atenção do glaucomatólogo são
os de risco”, disse a oftalmologista.
Quem já tem casos da doença na família, usa corticoide, é diabético,
negro, asiático ou míope deve prestar mais atenção, pois esses são
fatores de risco para o aparecimento do glaucoma. “Hoje em dia, o
diagnóstico é feito no nervo ótico, mesmo que o paciente não tenha
pressão alta. A pressão é individualizada, cada paciente tem um alvo”,
explicou.
Os tratamentos atualmente são diversos, podendo ser feitos por meio de
comprimidos, colírio, lasers ou cirurgias. Segundo o Ministério da
Saúde, 95% dos tratamentos de glaucoma são feitos em regime
ambulatorial, com uso de colírio.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento integral à doença
desde 2011, quando o MS passou a distribuir colírios das três linhas
previstas para o combate ao glaucoma (betabloqueadores, inibidores
tópicos de anidrase carbônica e alfa-2-agonistas, e análogos de
prostaglandinas/prostamidas).
Nenhum comentário:
Postar um comentário