A imagem dos gestores do Estado, sejam eles políticos, técnicos ou
magistrados, está ficando mais clara para o cidadão comum. Não só porque
os meios de comunicação de maior porte dedicam um espaço amplo para a
publicação de reportagens investigativas, mas porque as novas mídias
sociais oferecem as mais diversas informações e interpretações sobre
esses personagens.
De quebra há livros com biografias ou reportagens mais aprofundadas
sobre como o poder se mexe no Brasil. Isto mostra o vigor da democracia
em construção e que certamente vai tomar novos contornos nos próximos
anos, queiram ou não os que controlam hoje os poderes do Estado.
Há um redemoinho de ideias, informações, opiniões, investigações que
pululam dos mais estranhos gadgets eletrônicos. Ninguém fica esquecido,
seja para o elogio, seja para a crítica ácida e demolidora.
Os dominadores do Estado usam e abusam do seu poder econômico,
político e jurisdicional para plantar as notícias que interessam para a
perpetuação no poder de seus detentores e colhem melhores resultados de
aprovação popular.
Vale tudo, até economizar recursos necessários para saneamento
básico, educação, saúde, defesa do meio ambiente para investir em
propaganda e publicidade. Não é mais possível distinguir uma coisa da
outra quando o Estado, em suas diversas formas, a patrocina.
Há comerciais de 30 segundos, assessorias de todo tipo, sites, blogs,
disparo automático de e-mails, releases de toda ordem, enfim com o
dinheiro público é mais fácil. No meio dessa guerra midiática, fruto das
transformações econômicas e tecnológicas do nosso tempo, o cidadão
comum tem condições de formar sua própria opinião, ainda que alguns
continuem achando que o povo não sabe votar.
Os partidos políticos utilizam com perfeição o ferramental disponível
para vender a melhor imagem possível. Usam e abusam de programas
políticos pagos pelo contribuinte e seus personagens não dispensam nem
edição, nem Photoshop, nem maquiagem.
Que mal tem? Contudo entre a imagem que se quer passar e a percepção que o cidadão
tem desses personagens há uma distância considerável. São personagens
distantes um do outro. A confusão só não é maior porque há legendas com
nomes. Em determinados momentos é difícil crer que o personagem na
propaganda oficial dos partidos ou dos governos é o mesmo do noticiário.
O conteúdo do que fala não bate com as informações publicadas na
velha e na nova mídia a seu respeito. Os solavancos políticos e sociais
vividos hoje são sintomas da jovem democracia brasileira, que quer
queiram ou não, se consolida e ganha contornos de maior participação
popular. Os que têm consciência que são os contribuintes que mantêm tudo
isso são os mais ativos, o que é indiscutivelmente um progresso.
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