quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Presidente Figueiredo - Audiência criminal no caso Julieta Hernández ouve testemunhas, mas nova sessão será remarcada

família de Julieta tenta reclassificar o crime como feminicídio. (Foto: Divulgação)

O Juízo da Comarca de Presidente Figueiredo no Amazonas retomou nesta terça-feira (3/12) a audiência de instrução e julgamento do caso da viajante e artista venezuelana Julieta Hernández, assassinada em dezembro do ano passado, em Presidente Figueiredo. Na ocasião, cinco testemunhas foram ouvidas presencialmente e uma nova sessão deve ser marcada para a continuidade dos trabalhos.

Uma sexta testemunha era esperada na sessão, mas não compareceu. Por este motivo, o juiz responsável pelo caso decidiu por marcar uma nova sessão, em data a ser definida, e manter a classificação do crime como latrocínio.

A coordenadora geral de prevenção a violência contra mulheres do Ministério das Mulheres, Simone Souza, esteve presente no Fórum da Comarca de Presidente Figueiredo, para apoiar a tese de mudança de tipificação penal do crime como feminicídio, e não latrocínio como está sendo tratado pelo Ministério Publico da Comarca. A representante ainda reforçou que o Juiz da Comarca não autorizou a sua entrada na sala de audiências que era realizada no Tribunal do Júri.

“Nós não podemos acompanhar, pelo entendimento do indeferimento inicial da juíza de não entrarmos na audiência prossegui. Mas o dr Nicodemos nos trouxe informações importantes, no sentido que esse assassinato é um feminicídio. O Ministério das Mulheres vai seguir apoiando a família e lutando junto para ser reclassificado de latrocínio para feminicídio, porque é exatamente o que foi”, finalizou a representante do Ministério das Mulheres.

advogado da família, Carlos Nicodemos, confirmou sobre a nova audiência devido a uma sexta testemunha, ser fundamental para a defesa dos réus.

“Nós tivemos hoje a oitiva de cinco testemunhas, haviam seis testemunhas arroladas na acusação inicial do Ministério Público, ficou pendente uma testemunha, que pela assistente de acusação foi entendida como importante e fundamental. A juíza acolheu essa condenação e então vai designar uma nova data para ouvir essa sexta testemunha. Com essa oitiva e a oportunidade de os acusados serem ouvidos para se autodefender ou não, a juíza então avaliará o curso do processo, se vai caminhar na perspectiva do feminicídio ou do latrocínio”, finalizou Nicodemos.

A primeira etapa da audiência ocorreu no dia 30 de agosto, mas foi adiada porque, conforme o advogado da família de Julieta, Carlos Nicodemos, estava faltando no processo o documento referente ao segundo depoimento da acusada.

Julieta, conhecida como “Palhaça Jujuba”, foi morta enquanto viajava pelo Brasil de bicicleta. Ela estava a caminho de seu país de origem quando desapareceu no dia 23 de dezembro, no município de Presidente Figueiredo.

A próxima parada dela seria em Rorainópolis, em Roraima, antes de cruzar a fronteira com a Venezuela.

No dia 6 de janeiro deste ano, o corpo da artista foi encontrado em uma mata. As investigações apontam que Julieta foi estuprada, assassinada e teve seu corpo queimado pelo casal.

Em janeiro, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) denunciou Thiago Angles da Silva e Deliomara dos Anjos Santos pelos crimes de estupro, latrocínio (roubo seguido de morte) e ocultação cadáver. Agora, a família de Julieta pede a mudança da tipificação dos crimes.

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