Política
O crescimento de 7,5% em 2010 foi artificializado pela gastança
eleitoreira e cumpriu seu objetivo: eleger Dilma Rousseff Presidente da
República. A conta, agora, vai chegando e, como sempre, será paga pelos
brasileiros remediados e pobres.
Prosseguir o ciclo de reformas
estruturais iniciados por Fernando Henrique e que mudaram a face do
país? Nem pensar! Interesses localizados seriam tocados. Tiraria votos.
Ameaçaria as próximas possíveis vitórias eleitorais e esse é o
verdadeiro altar da devoção de Lula e seus “companheiros”.
Promover
medidas de ajuste fiscal, cortando gastos públicos supérfluos,
extinguindo 70% dos cargos comissionados (os postos de assessoria seriam
preenchidos por funcionários de carreira, à base da meritocracia),
varrendo Ministérios inúteis e economizando cada real que é
desperdiçado? De jeito nenhum. Onde seriam acomodados os militantes, que
só servem para vaiar adversários e patrulhar as mídias sociais?
Combater
efetivamente a corrupção, que subtrai dinheiro precioso do investimento
público e, vindo o exemplo de cima, desmoraliza todo o tecido da
máquina pública? Mas como, se o governo é fortemente composto por
“consultores”, como José Dirceu, Fernando Pimentel, Antonio Palocci, que
fazem mesmo é traficar influência, praticando a chamada advocacia
administrativa?
Tapar os ralos do desperdício, que se confundem
com os da corrupção, a exemplo de obras faraônicas e desnecessárias, que
se têm começo, não têm meio e nem fim, como é o caso da transposição
das águas do rio São Francisco? Jamais.
Como ficam as empreiteiras
“amigas”, sempre generosas na disponibilização dos seus jatinhos para o
palestrante mais “notável do planeta”?
É, aliás, excelente
notícia a complicação do trem bala com o Ministério Público e a Justiça.
Jamais ouvi falar de projeto tão desnecessário, cínico, dispendioso e
desrespeitoso em minha vida pública.
As mágicas que as reformas de
Fernando Henrique, junto com a conjuntura internacional
excepcionalmente benigna, permitiram a Lula brincar de “mágico” e
enganar a nação.
Dilma não tem a mesma margem de manobra.
Infelizmente, tal como seu padrinho, patrono e antecessor, recusa-se a
encarar com seriedade os problemas que estão a sua frente.
A
economia cresceu apenas 2,7% em 2011 (Mantega falava, levianamente, em
5%). Para 2012, trefegamente, ele anuncia 4,5%, quando o Banco Central
prevê 3,3%, o mercado avaliza 3% e o Crédit Suisse insiste em 2,5%.
Enquanto
isso, a inflação alta, sempre acima do centro da meta já, por si só,
elevado demais, vai, aos poucos, corroendo o poder de compra dos
segmentos mais pobres da população.
Melhor advertir duramente do que bajular torpemente.
Arthur Virgílio é diplomata e foi líder do PSDB no Senado
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