Haitianos em Manaus são recrutados para trabalharem no Sul e Sudeste
Igreja Católica e SRTE-AM registraram a saída de cerca de 200 haitianos.
Maioria seguiu para São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.
Se o ano de 2010 foi marcado pela chegada dos primeiros haitianos no
Amazonas, 2012 é o ano em que centenas deles deixaram Manaus, recrutados
por empresários das regiões Norte, Sudeste e Sul do país para trabalhar
nos setores da construção civil, petróleo e gás, mineração e outras
áreas.
Segundo o superintendente regional de Trabalho e Emprego do Amazonas
(SRTE-AM), Dermílson Chagas, cerca de cem haitianos foram embora de
Manaus para trabalhar em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná
e Tocantins, a convite de empresários que vieram à capital amazonense
para recrutá-los. Os selecionados terão, além de salário, auxílio
transporte e alojamento para morar.
As empresas que os recrutaram tiveram que assinar termos de
compromissos na SRTE-AM para garantir a segurança deles no transporte de
Manaus até as cidades onde irão trabalhar.
"Nós registramos a saída de cerca de cem haitianos, mas sabemos que o
número é maior. Muitos deixaram a cidade sem informar o poder público.
Quando há o registro legal de saída, podemos assegurar um transporte
seguro e um emprego digno, já que as empresas interessadas são sérias e
tiveram a aprovação do Ministério do Trabalho. Quando não há essa
garantia, há o risco de alguns trabalharem em ambientes insalubres e até
sob regime de semiescravidão", afirmou.
O padre Valdecir Mayer Molinari, que é pároco da Igreja de São Geraldo,
na Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi recebida a maioria dos haitianos
em Manaus, informou que cerca de 200 já deixaram a capital, para
trabalhar em outras grandes cidades.
Segundo ele, o trabalho realizado pelos haitianos tem sido elogiado
pelos empregadores amazonenses, o que rendeu boas referências lá fora.
"Eles vieram ao Brasil com o objetivo de reconstruir suas vidas, por
isso, são muito determinados, obstinados. Nunca ninguém reclamou para
nós, da Igreja, do trabalho ou do comportamento deles", disse.
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