terça-feira, 13 de março de 2012

Haitianos em Manaus são recrutados para trabalharem no Sul e Sudeste

Igreja Católica e SRTE-AM registraram a saída de cerca de 200 haitianos.
Maioria seguiu para São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

 

 Se o ano de 2010 foi marcado pela chegada dos primeiros haitianos no Amazonas, 2012 é o ano em que centenas deles deixaram Manaus, recrutados por empresários das regiões Norte, Sudeste e Sul do país para trabalhar nos setores da construção civil, petróleo e gás, mineração e outras áreas.
Segundo o superintendente regional de Trabalho e Emprego do Amazonas (SRTE-AM), Dermílson Chagas, cerca de cem haitianos foram embora de Manaus para trabalhar em São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais, Paraná e Tocantins, a convite de empresários que vieram à capital amazonense para recrutá-los. Os selecionados terão, além de salário, auxílio transporte e alojamento para morar.

 As empresas que os recrutaram tiveram que assinar termos de compromissos na SRTE-AM para garantir a segurança deles no transporte de Manaus até as cidades onde irão trabalhar.
"Nós registramos a saída de cerca de cem haitianos, mas sabemos que o número é maior. Muitos deixaram a cidade sem informar o poder público. Quando há o registro legal de saída, podemos assegurar um transporte seguro e um emprego digno, já que as empresas interessadas são sérias e tiveram a aprovação do Ministério do Trabalho. Quando não há essa garantia, há o risco de alguns trabalharem em ambientes insalubres e até sob regime de semiescravidão", afirmou.
O padre Valdecir Mayer Molinari, que é pároco da Igreja de São Geraldo, na Zona Centro-Sul de Manaus, onde foi recebida a maioria dos haitianos em Manaus, informou que cerca de 200 já deixaram a capital, para trabalhar em outras grandes cidades.
Segundo ele, o trabalho realizado pelos haitianos tem sido elogiado pelos empregadores amazonenses, o que rendeu boas referências lá fora. "Eles vieram ao Brasil com o objetivo de reconstruir suas vidas, por isso, são muito determinados, obstinados. Nunca ninguém reclamou para nós, da Igreja, do trabalho ou do comportamento deles", disse.

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