quinta-feira, 31 de maio de 2012

Facebook espera lucrar com marketing político

Rede social abre processo para contratação de especialista em anúncios políticos. Foco será nas eleições presidenciais norte-americanas


Ainda lidando com as repercussões negativas da sua abertura de capital, o Facebook não para de pensar em novas maneiras de gerar receita e agradar os acionistas. Desta vez, a rede social espera ganhar dinheiro divulgando propagandas políticas em tempo de eleição, e até abriu um processo para contratar um empregado especializado no tema:

"O empregado terá que estabelecer e fortalecer relações com comitês de campanha nacionais, buscar aumentar a adoção da nossa plataforma e a satisfação dos anunciantes”, diz a descrição da vaga, postada pelo Facebook.

O dinheiro em jogo é alto, principalmente o da disputa presidencial norte-americana entre Barack Obama e o republicano Mitt Romney. Isso porque as regras para estas eleições serão diferentes, principalmente por causa dos chamados Super-PACs, comitês de ação política que não são vinculados à campanha oficial dos candidatos.

O sistema norte-americano já aceitava a atuação dos PACs, grupos privados que podiam arrecadar até US$5 mil de pessoas físicas para criar campanhas de apoios a causas ou políticos. Mas com uma decisão do Supremo Tribunal norte-americano de 2010, que definiu que “as corporações também são pessoas” e por isso teriam os mesmos direitos políticos de pessoas físicas, foram criados os chamados Super-PACs, que podem receber doações ilimitadas de doadores que preferem se manter anônimos.

Os Super-PACs – que são vários para cada candidato – inundaram a campanha de 2012 de recursos, que em grande parte devem migrar para a internet porque os norte-americanos param cada vez menos na frente da TV. É estimado que a campanha de Barack Obama sozinha gaste US$ 35 milhões em anúncios na internet, contra US$ 16 milhões em 2008. Grande parte desse dinheiro pode ir para o Facebook – são 160 milhões de usuários norte-americanos, quase o mesmo número de pessoas aptas para votar no pleito.

Na semana passada, um evento no Vale do Silício em apoio ao atual presidente arrecadou US$ 13 milhões, com doadores de empresas como Craigslist, Facebook e Google. A marca superou as doações das eleições passadas, que ficaram em US$9 milhões.
(Olhar Digital)

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