Banco ABC Brasil era capitalizado por recursos do ditador assassinado no ano passado; instituição que já teve até Roberto Marinho como sócio conseguiu liberar recursos que estavam bloqueados por ordem do Banco Central; sem o apoio do ditador, futuro do banco no Brasil é incerto |
Nesta semana, na quarta-feira 14, o ABC Brasil conseguiu reverter o
bloqueio. Isso porque, após a queda e o assassinato de Kadafi, a Justiça
Federal de São Paulo liberou os R$ 20 milhões, atendendo a solicitação
da própria AGU. O órgão seguiu decreto presidencial de fevereiro que
excluiu o Banco Central da Líbia e o Libyan Arab Foreign Bank da lista
de entidades sujeitas às sanções estabelecidas pelo Conselho de
Segurança das Nações Unidas em 2011.
A notícia, que por um lado é positiva, por outra explicita os laços
fortes que existiram entre o ABC Brasil e o regime de Kadafi, que
aterrorizou a população líbia durante 40 anos. Não se sabe agora como
será o futuro do banco, sem a ajuda do ditador. No passado, o ABC foi
capitalizado por famílias da Arábia Saudita e teve como sócio o
empresário Roberto Marinho – à época, o banco se chamava ABC Roma.
Quando Marinho e os sauditas decidiram sair da instituição, o ABC Brasil
recorreu ao ex-ditador líbio. Agora, terá que buscar novas fontes de
captação.
Sem laços com o passado
O novo regime líbio, formado pelo Conselho Nacional de Transição, já
deixou claro que pretende reavaliar todos os negócios feitos com os
antigos amigos de Kadafi. Isso atinge empreiteiras brasileiras, como
Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, que foram levadas à Líbia pelo
ex-presidente Lula. E pode atingir ainda o banco ABC Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário