segunda-feira, 21 de maio de 2012

Criação de peixes em represas de hidrelétricas é alternativa de renda para ribeirinhos e operários

Agência Brasil
 
Brasília – A barragem de rios para instalação de usinas hidrelétricas causa diversos tipos de impacto sociais e ambientais. Com o objetivo de amenizar esses impactos, o Poder Público impõe condições aos investidores. Uma dessas condições (ou condicionantes, no jargão técnico) é o aproveitamento dos lagos formados pelas barragens para o desenvolvimento de atividades pesqueiras. De acordo com o Ministério da Pesca e Aquicultura, os reservatórios são ambientes “bastante favoráveis” para esse tipo de atividade econômica e que trazem muitos benefícios sociais.

“A aquicultura em reservatórios de hidrelétricas tem algumas vantagens em relação a outros reservatórios menores. Além de ter grandes volumes de água represados, esses reservatórios estão normalmente associados a rios perenes e caudalosos, o que provoca melhor renovação da água, maior capacidade de produção e melhor qualidade do pescado”, disse à Agência Brasil o coordenador-geral de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura em Águas da União, Luiz Henrique Vilaça de Oliveira.
Ele explica que, nesse ambiente favorável à reprodução de peixes, a piscicultura pode abrir novas frentes de geração de renda tanto à população ribeirinha como aos trabalhadores dos canteiros das usinas que decidem ficar no local após terminada a obra.

O ministério tem contabilizado ótimos resultados para a atividade pesqueira nas barragens das usinas hidrelétricas brasileiras. “Em hidrelétricas se trabalha de forma muito tranquila, com uma produtividade acima de 250 toneladas por hectare, em ciclos que podem variar de quatro meses a um ano [quanto mais intenso o frio, mais longo o ciclo]”, informou Oliveira.

 Na calha do Rio Grande (MG, MS e SP), há oito represas que desenvolvem a atividade; nas barragens do Rio Iguaçu (PR e SC), a aquicultura já é desenvolvida em quatro dos cinco reservatórios. “Isso se repete nas barragens das hidrelétricas de Tucuruí [PA], que já entregou 400 áreas para produtores, Balbina [AM], Samuel [RO], Lajeado [TO] e Manso [MT]. A maior parte produz um dos peixes mais saborosos que existe no cardápio nacional: o tambaqui”, disse Pinelli.

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