sexta-feira, 4 de maio de 2012

Descobertos genes envolvidos na baixa estatura dos pigmeus

Indivíduos são baixos, têm pouca esperança de vida e maturidade reprodutiva precoce
A pequena estatura dos pigmeus foi sempre um mistério para a ciência. Uma nova investigação da Universidade da Pennsylvania (EUA) revelou os genes que fazem com que um adulto deste grupo não chegue a alcançar 1,50 metros.

Publicado na «PLoS Genetics», o estudo diz que estes genes estão relacionados com a precoce maturidade reprodutiva que os indivíduos apresentam, uma vantagem importante visto a sua esperança de vida ser muito curta (entre os 15 e os 24 anos).
Os pigmeus Baka, Bakola e Bedzan, da África Ocidental, são caçadores-recoletores e vivem em ambientes tropicais nos Camarões. São 17 centímetros menores do que os seus vizinhos Bantu e uma das populações mais baixas do planeta.
 
Com a finalidade de descobrir os genes responsáveis pela sua estatura, os cientistas realizaram um estudo de associação ampla de genoma (em inglês genome-wide association study – GWAS) e encontraram vários candidatos numa região do cromossoma 3.
Trata-se dos genes DOCK3 e CISH, ambos ligados às variações de tamanho. O gene CISH também está implicado na susceptibilidade para sofrer de doenças infecciosas, uma descoberta potencialmente significativa, já que os pigmeus vivem num clima tropical, estando expostos a uma grande quantidade de parasitas e outros agentes que provocam enfermidades.
Os investigadores identificaram mutações genéticas nos pigmeus que parecem estar sujeitas à seleção natural. Estas mutações estão associadas a processos biológicos que regem a ativação das hormonas reprodutivas, assim como a função do sistema imunitário e a regulação hormonal do crescimento.

Estes genes são importantes na reprodução e no metabolismo. Assim, “a razão da baixa estatura pode estar associada à maturidade reprodutiva precoce”, explica Sarah Tishkoff, autora principal do estudo.

Tishkoff acrescenta que a reprodução precoce pode ser uma vantagem significativa nos pigmeus, cuja esperança de vida é muito baixa, apenas de 24 anos, no máximo. No continente africano, a esperança média de vida é de 46 anos.

Ao oferecer pistas sobre os fatores que levaram os pigmeus a adaptar-se ao seu meio ambiente, os cientistas também criaram um método que poderá ser aplicado no estudo de outros traços genéticos complexos, desde as características físicas até à susceptibilidade às doenças.

Fonte: Ciência Hoje

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